sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Especialização em Jornalismo Multimídia

Objetivo é preparar o profissional para as mudanças na comunicação; inscrições para curso lato sensu estão abertas


A Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) abriu as inscrições para o curso de especialização lato sensu em Jornalismo Multimídia. A proposta inovadora se propõe preparar jornalistas e demais profissionais interessados a enfrentar as transformações que os meios de comunicação vêm passando.

O curso tem duração de três semestres, mais a produção de Trabalho de Conclusão, num total de 19 meses (360 horas). O corpo docente é formado por professores da Unimep e convidados. São pesquisadores das novas tecnologias e pessoas que têm atuação no mercado em diversas áreas da comunicação e que tem enfrentado os desafios de produzir conteúdos adequados às novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs).

O curso foi pensado tanto para promover um aprofundamento teórico das transformações sociais provocadas pelas novas TICs, como para capacitar o aluno a lidar com as novas ferramentas. Desta forma, parte das disciplinas é teórica, outro leque de disciplinas é prático e contará com discussão de conceitos e realização de atividades nos laboratórios de comunicação da Unimep.

As aulas serão aos sábados, das 8h às 11h20 e das 13h às 16h20. O curso tem 40 vagas e as inscrições devem ser feitas pela internet.

Para mais informações sobre o curso acesse o site ou o blog. Você também pode nos seguir no Twitter http://twitter.com/JorMultimidiaUn e nos acompanhar no Facebook.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

E já era o momento de se gostar...

Foi assim como ver o mar
A primeira vez que meus olhos
Se viram no seu olhar

Não tive a intenção
De me apaixonar
Mera distração
E já era o momento de se gostar

Quando eu dei por mim
Nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu
Dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei
No azul do mar
Sabia que era amor
E vinha pra ficar

Daria prá pintar todo azul do céu
Dava prá encher o universo da vida
Que eu quis prá mim
Tudo que eu fiz
Foi me confessar
Escravo do teu amor,
Livre para amar
Quando eu mergulhei
Fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul
De todo azul do mar

Foi assim como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando eu mergulhei no azul do mar


Todo Azul do Mar
Roupa Nova
Composição: Ronaldo Bastos - Flávio Venturini

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eu não quero mais ser da sua vida nem um pouco do muito de um prazer ao seu dispor

Sinto muito
Mas não vou medir palavras
Não se assuste
Com as verdades que eu dizer

Quem não percebeu
A dor do meu silêncio
Não conhece
O coração de uma mulher

Eu não quero mais ser
Da sua vida
Nem um pouco do muito
De um prazer ao seu dispor

Quero ser feliz
Não quero migalhas
Do seu amor…
Do seu amor…

Quem começa
Um caminho pelo fim
Perde a glória
Do aplauso na chegada

Como pode
Alguém querer cuidar de mim
Se de afeto
Esse alguém não entende nada

Eu não quero mais ser
Da sua vida
Nem um pouco do muito
De um prazer ao seu dispor

Quero ser feliz
Não quero migalhas
Do seu amor…
Do seu amor…

Não foi esse o mundo
Que você me prometeu
Que mundo tão sem graça
Mais confuso do que o meu

Não adianta nem tentar
Maquiar antigas falhas
Se todo o amor
Que você tem pra me oferecer
São migalhas, migalhas...

Eu não quero mais ser
Da sua vida
Nem um pouco do muito
De um prazer ao seu dispor

Quero ser feliz
Não quero migalhas
Do seu amor…
Do seu amor…

Sinto muito
Mas não vou medir palavras

Sinto muito…


De: Simone, Migalhas

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Albert Einstein

"O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer."
[ Albert Einstein ]

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Convite para defesa de mestrado

Universidade de São Paulo - USP
Escola de Comunicações e Artes - ECA
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação

Defesa de Mestrado

Candidato: Rodrigo Eduardo Botelho Francisco

Título: "Re-ver TV: um estudo sobre os processos e estratégias de digitalização da televisão no Brasil"

Dia 14 de agosto de 2009 (6a feira), às 14 horas, na Sala Egon Schaden, 1º andar do Edifício Central da ECA
Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 - Cidade Universitária, São Paulo, SP

Membros Titulares:
- Profa. Dra. Nancy Nuyen Ali Ramadan - orientadora
- Profa. Dra. Rosana de Lima Soares - CJE/ECA/USP
- Profa. Dra. Maria Alzira Brum Lemos

Membros Suplentes:
- Prof. Dr. Dennis de Oliveira - CJE/ECA/USP
- Prof. Dr. João Baptista de Mattos Winck Filho - FAAC/Unesp

Resumo:
Este trabalho tem como objetivo, no contexto da implantação da TV Digital no Brasil, promover uma reflexão sobre o conceito de interatividade na sociedade contemporânea e, considerando as possibilidades dos novos suportes tecnológicos, contribuir para o desenvolvimento de novos formatos e conteúdos de produtos audiovisuais que, de fato, contribuam para a democratização da comunicação. Para tanto, realiza uma revisão bibliográfica que busca não só um embasamento teórico, mas também referendar a argumentação de que o conceito de interatividade sofre um processo de banalização e necessita ser depurado. A partir disso é apresentado um quadro sobre o conceito que ressalta a existência de uma diversidade de terminologias e definições. O projeto, em particular, faz a opção pelas caracterizações como reativa e mútua para interação mediada por computador e as usa num estudo de caso de programas interativos para televisão digital brasileira. Além disso, descreve vários outros aspectos técnicos que envolvem a estruturação de documentos hipermídia com o intuito de enveredar pelos caminhos da informática e suas concepções, já que isso passa a interferir sobremaneira nos processos produtivos audiovisuais. O resultado dessa trajetória não é conclusivo, assim como não parecem ser quaisquer estudos relacionados aos impactos do paradigma digital sobre os meios de comunicação, mas, de certo, explora as intersecções existentes entre TV e Interatividade, questões-chave que refletem as inquietações desta dissertação.

Palavras-chave:
Televisão Digital, Interatividade, Jornalismo, Novas Tecnologias, Convergência Midiática

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A TV que eu vejo é a TV que eu quero?

Rodrigo Botelho em matéria veiculada no Jornal Regional 2ª Edição da EPTV no dia 3/8/2009.

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domingo, 12 de julho de 2009

Sabedoria

Com efeito, a maldade é medrosa e se condena por seu próprio testemunho. Pressionada pela consciência, imagina sempre o pior. Porque o medo é apenas a falta de socorro que vem da reflexão: quanto menos reflexão interior tivermos, mais alarmante parecerá ser a causa oculta do tormento.
Sab. 17, 10-12

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Livro "Anatomia da noite" fala sobre solidão gay

Quantos de nós, homossexuais, com idade por volta de 25 e 35, já fizemos o seguinte questionamento: Será que algum dia vou conseguir alguém legal para ser o meu parceiro? Pois é, a pergunta é o cerne do romance "Anatomia da noite", de Márcio El-Jaick.

O ponto de partida da história se dá no apartamento de Henrique, que aguarda a chegada dos seus amigos Túlio e Rui para saírem rumo ao matadouro ou, como coloca o personagem de Henrique, "para o festival de carne", em uma reflexão a respeito da noite gay. A partir daqui temos uma ótima alegoria a respeito da vida gay a partir dos três personagens.

Tulio é o gay com o corpo trabalhado e que vive uma relação com um homem casado; Rui é a bicha fervida que adora ficar xoxando as pessoas e dando notas a respeito da beleza dos bofes.; já Henrique é aquele que vive a desilusão de duas relações amorosas que não deram certo e que questiona as suas idas e vindas aos clubes noturnos GLS. Para ele é tudo tão igual, as pessoas são as mesmas, só querem saber de sexo e ninguém está a fim de um relacionamento mais profundo. No caso, que vá além da cama.

Os três personagens podem ser uma pessoa e todas ao mesmo tempo. Rui, Henrique e Tulio sabem que dificilmente irão encontrar uma pessoa para se relacionarem além do sexo em uma boate - uma cilada comum da vida gay. Fora as boates e os bares, em sua maioria noturnos, quais outros espaços a comunidade homossexual tem para se relacionar? Esse é o grande conflito de Henrique, mas também pode ser encarado como o grande drama da comunidade gay. A diferença é que Henrique encara esse conflito de frente, enquanto seus amigos preferem não pensar a respeito, escolhem ficar no meio da pista rodando ao som de house e transitando de corpo em corpo.

Como diz o primeiro parágrafo do livro, as bichas de 25 e 35 anos podem ter duas reações. Uma é que se trata de um dilema datado e que para alguns não tem solução mesmo. A segunda reação pode ser o convite para mais uma vez refletirmos sobre o mundo gay do qual fazemos parte. Dentro do raciocínio do autor Márcio El-Jaick, a grande maioria dos gays procura um parceiro fixo, com quem possa compartilhar dos bons e maus momentos. Os seus personagens nadam na contramão desse raciocínio. Vivem dos parceiros sem nomes, do sexo anônimo na sauna, da ilusão de uma relação com um homem casado que se sabe de antemão que não irá para frente. Fadados à solidão?

Porém, do outro lado, o livro "Anatomia da noite" pode ser um ótimo receituário da geração atual, de 17 a 23 anos. Como na forma de um aviso: Ei bichas, ou vocês procuram rever um pouco os seus valores ou o hedonismo solitário será o destino de suas vidas. Amargo? Não, diria que o livro é realista e faz uma crítica muito sutil, sem ser chato ou politicamente correto, a respeito dos valores da comunidade gay. Alta valorização do corpo e individualismo exacerbado. Uma passagem do livro que dá luz a esses dilemas é quando o personagem Henrique passa a mão pelo seu rosto e sente as rugas e os vincos. Lembra-se que está com 35 anos, que está sozinho e, pior que isso, no mesmo lugar onde estava aos 25 anos. Onde? Na pista da boate à procura de companhia.

Serviço:
"Anatomia da noite"
Autor: Márcio El-Jaick
Editora Summus/ Edições GLS
Preço: R$ 32,20
Fonte: http://acapa.com.br/site/noticia.asp?codigo=8655&Livro+%22Anatomia+da+noite%22+fala+sobre+solid%E3o+gay+

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Papo na cozinha

Há alguns dias escrevi um artigo sobre as comemorações do Dia da Imprensa e Dia da Liberdade de Imprensa. Na ocasião, usei a expressão "órfã" para caracterizar os Meios de Comunicação Social, tendo em vista que recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a Lei de Imprensa. O tom do texto, naquela ocasião, era, de certa forma, otimista, já que expurgar tal legislação era como se livrar de resquícios da Ditadura. Hoje, porém, a decisão do STF em relação à obrigatoriedade do diploma de jornalismo, passo a notar que os problemas vividos pela sociedade em relação aos seus meios de expressão são bem mais graves.

Com a decisão do STF, o Brasil está órfão não só de legislação, como de qualquer mecanismo que garanta a qualidade, credibilidade e ética no trabalho de profissionais que, diariamente, são responsáveis por relatar o que ocorre no mundo e permitir que milhões de brasileiros tenham a liberdade de formar opinião sobre o que é fato. Em minha análise, que pouco importa aos magistrados, há um equívoco no entendimento do que significa a "liberdade de expressão" garantida em nossa Constituição. Afinal, desde quando o jornalista tem liberdade para manifestar seu pensamento. Bem sabemos que sua atuação é pautada por um conjunto de critérios que impedem, de alguma forma, que a opinião do profissional prevaleça diante das afirmações da fonte da notícia. O jornalista não expressa, nem opina. Por outro lado, ele faz a mediação que garante, na prática, a expressão da sociedade por meio da mídia.

Nesse episódio, porém, lamento menos a decisão que os discursos que a embasaram. Se o argumento constitucional é tendencioso e usado para referender interesses particulares, algumas afirmações dos ministros que julgaram a ação são inadimissíveis. As palavras de Gilmar Mendes, ao comparar a atividade jornalística à prática da culinária e do corte e custura tem um tom jocoso que mostra descaso e a falta de seriedade na condução deste julgamento.

Como se pode notar, o que está em jogo não é a exigência do diploma, mas a fragilização da profissão de jornalista. O fato de o recurso que estava sendo julgado ter sido apresentado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) revela, inclusive, a quem interessa, de fato, o fim da obrigatoriedade do diploma. Apesar de afirmarem que continuarão a formação superior no momento das contratações, os donos da mídia irão, sem dúvida, utilizar a decisão do Supremo para minar as negociações salariais com os já fracos Sindicatos e para atuar sem nenhum critério ético e profissional na contratação de seus funcionários.

Como bem lembra o jornalista Leandro Fortes em seu blog, a decisão do STF é deficiente porque leva em consideração somente a grande Imprensa e fecha os olhos para o que ocorre na realidade nas pequenas redações espalhadas por várias capitais brasileiras e interior.

Enfim, tanto a decisão sobre a obrigatoriedade como a que envolve a revogação da lei de Imprensa refletem, na verdade, a ineficiência do Poder Legislativo, que até hoje não promoveu um debate sério sobre o assunto. Esta nova decisão do STF só ocorre porque o Congresso Nacional não funciona, está em crise e envolvo em escândalos.

É possível também que a condução do assunto pelo Supremo só tenha ocorrido dessa forma diante da apatia dos próprios jornalistas em relação à causa. Fosse esta uma classe mais crítica, combativa e bem representada, não teríamos tal desfecho. Recordo, inclusive, que o projeto de criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ) foi arquivado diante da pressão do empresariado. Tivéssemos hoje um órgão de classe não teríamos sido obrigados a ouvir as bobagens de Mendes.

Aliás, insisto na tese de que o problema não é a exigência ou não de diploma. Condordo que há muitos profissionais mal formados e outros que não dependem dessa formação para exercerem a profissão. Porém, deve haver regulação. Senão, onde serão tratadas as questões éticas que envolvem o exercício do jornalismo?

Infelizmente, na visão do Supremo, essa prática profissional não interfere na vida das pessoas, assim como a medicina, engenharia e direito. Com isso, os ministros tapam o sol com a peneira e esquecem episódios como o da Escola Base, no qual publicação precipitada de uma informação afetou substancialmente a vida de um grupo de pessoas e seus negócios. A partir de agora, onde discutiremos casos como este?

Nesse cenário, faz sentido o apelo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que conclama o poder legislativo para "restabelecer aquilo que o Supremo está sonegando à sociedade, que é um jornalismo feito com competência técnica, alto sentido cultural e ético". Até que façamos uma reflexão ampla sobre as questões que envolvem às comunicações no Brasil, e que vão muito além da exigência de diplomas, estaremos órfãos de pai e mãe. E não dá para manter o papo na cozinha.

"Jornalismo para não-jornalistas!"

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Apagão analógico nos EUA

Começa o reinado exclusivo da TV digital nos EUA

Fonte: - EFE (12/06/2009)

As emissoras de TV dos Estados Unidos começarão na madrugada desta sexta-feira para sábado a transmitir exclusivamente em sinais digitais, em um "blecaute analógico" que deixará fora do ar milhões de aparelhos em todo o país.

A partir da meia-noite (local) de sábado, esses canais transmitirão apenas o sinal digital, após anos de campanhas destinadas a preparar a população para a mudança.

Nesse momento, deixarão de funcionar todos os aparelhos com uma antena de teto ou daquelas fixadas na própria TV, a menos que seus proprietários tenham comprado um conversor digital, um televisor já adaptado à nova tecnologia ou sejam assinantes de um serviço por cabo ou satélite.

Segundo fontes da indústria, a partir desse momento os que possuírem o sistema digital poderão aproveitar uma melhor imagem e uma maior oferta de canais.

Os conversores digitais custam entre US$ 50 e US$ 80 nos Estados Unidos atualmente.

No entanto, segundo o jornal "The Washington Post", a mudança deixará sem imagens cerca de três milhões de lares que dependem de um aparelho televisor analógico e que não realizaram a mudança.

Em sua página digital, o jornal indicou que se trata principalmente de lares rurais, de baixos recursos ou onde vivem pessoas com pouco conhecimento de inglês.

O "Washington Post" acrescentou que um programa federal que deveria subsidiar a compra dos conversores ficou sem dinheiro e não soube informar devidamente sobre a necessidade de contar com equipamentos adicionais para receber a televisão digital.

"Os problemas para essa gente serão muito maiores do que tinha sido previsto", disse ao jornal John Carey, professor de comunicações da Universidade Fordham. EFE


Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1191915-5602,00-COMECA+O+REINADO+EXCLUSIVO+DA+TV+DIGITAL+NOS+EUA.html

quinta-feira, 4 de junho de 2009

"Não sinto vontade de trocar computador pela TV"

Uma matéria publicada hoje pela ADNews constata o que eu já venho defendendo há algum tempo em artigos, aulas, palestras etc: as novas gerações assistem e assistirão cada vez menos televisão, em substituição às possibilidades de acesso a conteúdo multimídia via Internet.

A matéria mencionada fala sobre uma enquete realizada pela Folha Online sobre a opinião de internautas frente a uma infeliz afirmação do ministro Hélio Costa: "Essa juventude tem que parar de ficar só pendurada na internet. Tem que voltar a assistir TV e ouvir rádio."

Resultado: 4.293 dos 5.284 votantes (81%) disseram não sentir vontade de trocar computador por televisor.

Aproveito para recuperar um artigo publicado no Observatório da Imprensa em 2004 que também abordava esta questão. Em tal texto, a autora, Carmen Lustosa, lembra uma pesquisa realizada pela Nielsen Media Research que revelou que a audiência televisiva entre os americanos mais jovens do sexo masculino vem caindo.

O debate é bom!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Debates sobre uma imprensa órfã

O Brasil vive, atualmente, um momento muito particular da história de sua Imprensa e dos Meios de Comunicação Social em geral. Particularmente agora é oportuno refletir sobre os temas que os envolvem, já que no dia 1º de junho é lembrado o Dia da Imprensa e no dia 7 o da Liberdade de Imprensa. Os assuntos em destaque quando entramos nessa seara são dos mais diversos. Vão da recente revogação da Lei de Imprensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), até a realização da primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e os debates sobre televisão pública, digitalização e concessão de sinais de rádio e televisão abertos.

Antes de mais nada, é preciso pontuar de que Imprensa estamos falando. Essa questão, que pode parecer didática e desnecessária, nos revela que o termo, apesar de ser utilizado comumente para caracterizar a atuação dos jornalistas nas mais diversas mídias, etimologicamente está relacionada aos jornais impressos, afinal, imprensa tem origem provavelmente em uma derivação regressiva de imprensar (im- + prensa + -ar), que por sua vez substituiu o vocativo espanhol imprenta. Este último refere-se, segundo o Houaiss, à marca de um selo, a imprimir, deixar uma marca. O vocativo, inclusive, existiu inicialmente em Português, mas foi posteriormente substituído pelo termo como o conhecemos hoje.

Essa descrição etimológica nos leva também à notável invenção de Gutenberg, que revolucionou os modos de transmissão do conhecimento no século 15. Assim, devemos à Imprensa o legado de revoluções e movimentos que defenderam, cada qual a seu modo, a democratização do acesso ao saber.

Esse ponto de vista etimológico é importante para entender o que há em comum entre todos os assuntos destacados no início deste artigo: a democratização dos meios de comunicação. E não é difícil perceber por que, já que a maioria dos veículos de comunicação do País está nas mãos de poucos políticos, grupos e redes que, de alguma forma, os utilizam para promoverem interesses próprios.

Uma interface disponibilizada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), intitulada "Donos da Mídia", revela que somente o deputado federal Antonio Carlos Martins de Bulhões, do PMDB de São Paulo, tem ligados a ele sete veículos de comunicação. Entre os grupos nacionais destacam-se a Abril, com 74 veículos, e a Globo, com 69. Na lista também há igrejas como a Renascer, Assembleia de Deus e o movimento Canção Nova, ligado à Igreja Católica.

Os dados apontados no sistema do FNDC formam um escandaloso mapa da comunicação social. É inadimissível que as concessões de radiodifusão estejam tão concentradas porque o espectro que as emissoras utilizam é público e tem sua utilização regulada e concedida pelo Estado. O que deve determinar esse uso é o que prevê a Constituição:
  • os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio;
  • a produção e a programação das emissoras devem preferencialmente expressar finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
  • devem promover a cultura nacional e regional e estimular a produção independente;
  • devem estimular a regionalização da produção cultural, artística e jornalística; e
  • devem respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
A carta magna, prevê, inclusive, um serviço de radiodifusão pautado no princípio da complementaridade dos sistemas sistemas público, estatal e privado, conceito difícil de ser entendido no Brasil, que tem sua experiência televisiva e radiofônica pautada naquilo que é ofertado majoritariamente pela iniciativa privada.

Felizmente vemos um movimento recente que defende investimentos na criação e manutenção de TVs públicas, como é a proposta da récem-criada TV Brasil. A organização desse setor, inclusive, tem acumulado já um rico debate que teve início em maio de 2007 com a realização do I Fórum Nacional de TVs Públicas. Nesta última semana de maio, por sua vez, ocorre a segunda edição do evento, em Brasília. É importante ressaltar que as quatro entidades representadas nessa instância congregam 2.200 emissoras e retransmissoras e cobertura em mais de três mil municípios em todo o País. O Fórum, nesta edição, tornou-se uma instância oficial da Confecom, que ocorre de 1º a 3 dezembro de 2009, também no DF.

Já um dos desafios da Confecom será o de dar conta do grande e diverso temário em questão, já que a Comunicação não é algo que tem se discutido em termos de políticas públicas no Brasil há tempos. Os temas que a norteiam só poderiam estar sob um título amplo e generalista como o que foi dado: "Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital". Oxalá consigamos traçar com a Conferência um caminho diferente daquele que percorreu o Conselho de Comunicação Social, que nunca funcionou como deveria. Previsto na Constituição Federal, o órgão foi criado por lei em 1991, instalado com alguma pompa em 2002 e reunido uma única vez em 2007. No ano passado, o Senado sequer conseguiu indicar os seus integrantes.

Outro indicador de que não há políticas públicas para a comunicação brasileira é a recente revogação da já caduca Lei de Imprensa. O que o STF fez em abril deste ano ao descartá-la foi um recado ao poder legislativo, que em mais de 40 anos não conseguiu se livrar dessa herança da ditadura militar. Apesar de órfãos, os movimentos ligados à Imprensa sequer ensaiaram críticas ao procedimento do Judiciário e visivelmente preferem ter jornais e jornalistas julgados somente sob a ótica do Código Penal e da Constituição a ter que recorrer à antiga lei.

Mas não é só de legislação que a imprensa brasileira é órfã. Falta-lhe órgãos institucionalizados que tenham autonomia e representatividade. É hipocrisia relegar ao Ministério do Trabalho a concessão de registro profissional aos jornalistas. Isso seria função de um conselho de classe, que a ele tivesse ligado um conselho de ética, a exemplo de tantas outras profissões liberais como a dos advogados e médicos. Hoje, a quem recorremos quando um profissional ou veículo erra? Como caçar o registro de um profissional irresponsável, antiético, imoral e que presta um deserviço ao debate público e democrático de ideias? Infelizmente a proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ) foi arquivada diante da pressão dos grandes veículos de comunicação, os mesmos que, como vimos acima, estão sob direção de poucos.

Também é importante lembrar da interferência dos "donos da mídia" nas discussões sobre a digitalização da TV e do rádio. No primeiro caso, as grandes emissoras de televisão, reunidas sob a sigla da Abert e com o aval de seu representante na direção do Ministério das Comunicações, preteriram um acordo com os chineses para o desenvolvimento de um sistema próprio de televisão digital e defenderam uma parceria com os japoneses, que ofereciam um modelo de negócios que lhes era mais interessante e rentável.

Já com o sinal digital de televisão em funcionamento em mais de 20 municípios, a discussão agora é sobre que padrão de rádio adotar. E a história se repete. Apesar do recente recuo e decisão por testar a tecnologia DRM, abreviatura para Digital Radio Mondiale, sistema utilizado em vários países da Europa, o ministro Hélio Costa vinha demonstrando preferência pelo padrão americano Iboc (In Band on Chanel). E essa discussão sobre rádio digital está apenas começando.

Felizmente, apesar de encontrar uma imprensa órfã, as comemorações do Dia da Imprensa em 2009 estão inseridas num ambiente rico de debate. Torçamos e nos envolvamos para que essa reflexão promova a liberdade de expressão, novos canais de produção e disseminação da cultura, abra espaço para novos atores, regionalização e grupos independentes.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Os donos da mídia




Está disponível no site do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), uma interface intitulada "Donos da Mídia". O aplicativo é, na prática, um mapa da comunicação social e apresenta diversas informações sobre os seguintes tipos de veículos: emissoras e retransmissoras de TV; rádios AM, FM, Comunitárias, OT e OC; operadoras de TV a cabo, MMDS e DTH; canais de TV por assinatura; e as principais revistas e jornais impressos.

Na prática, é possível ver através dessa iniciativa na mão de quem estão os veículos de comunicação no Brasil. Os dados são alarmantes. Como muitos já sabem, essa lista é encabeçada por políticos, grupos e redes que, de alguma forma, utilizam os meios de comunicação para promoverem interesses próprios.

Somente o deputado federal Antonio Carlos Martins de Bulhões, do PMDB de São Paulo, tem ligados a ele sete veículos de comunicação. Entre os grupos nacionais destacam-se a Abril, com 74 veículos, e a Globo, com 69. Na lista também há igrejas como a Renascer, Assembléia de Deus e o movimento Canção Nova, ligado à Igreja Católica.

Vale a pena conferir. Pela democratização da Comunicação!

Donos da Mídia: http://donosdamidia.com.br

quarta-feira, 13 de maio de 2009

II Fórum Nacional de TVs Públicas

O II Fórum Nacional de TVs Públicas acontece em Brasília, nos dias 26, 27 e 28 de maio de 2009. A mesa internacional e o encerramento são abertos ao público mediante inscrição prévia. O evento é gratuito. Para participar, é preciso preencher o cadastro de pré-inscrição e aguardar a confirmação via e-mail até o dia 22 de maio. As vagas serão preenchidas por ordem de cadastro.

http://www.forumtvpublica.org.br/

terça-feira, 5 de maio de 2009

Será um novo Google?

Novo buscador promete revolução na internet

Fonte: - ADNews (04/05/2009)

A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, exibiu na última semana um novo buscador que promete revolucionar a internet. Batizado de Wolfram Alfa, o sistema de buscas será apresentado ainda neste mês.

De acordo com informações do site The Independet, os especialistas que tiveram acesso ao programa disseram que esse pode ser o primeiro passo em direção ao que consideram o "Santo Graal" virtual, ou seja, um alojamento de informação que compreende e responde em linguagem comum.

Entre as inovações do Wolfram Alfa estará a sua capacidade de relacionar os temas pesquisados a outros dados curiosos. Além disso, o sistema dará mais do que uma simples resposta a uma pergunta como "Qual é a altura do Monte Everest?". Nesse caso, também serão apresentadas páginas com informações relacionadas, dados como localização geográfica, cidades próximas, outras montanhas altas e gráficos e tabelas ligados ao assunto.

Tom Simpson, autor do blog Convergenceofeverything.com, acredita que esse seja um novo paradigma na utilização dos computadores e da web em um momento "em que a inteligência artificial segue em direção a uma auto-organização de conteúdo". Já Nova Spivack, um expert em computadores e em assunto da web, disse o sistema poderá ser tão importante quanto o Google. "É realmente impressionante e significativo. Na verdade, pode ser algo tão importante para a web quanto é o Google, mas para uma finalidade diferente", explica.

Com acesso livre na internet, o Wolfram terá o suporte de sites como Wikipedia. O criador do programa, Stephen Wolfram, também não descarta a possibilidade de futuras parcerias com o Google. "Estamos trabalhando em parceria com todas as possíveis organizações. Esperemos que haja grande sinergia para isso", declarou.

Com informações do Terra
Fonte: http://www.adnews.com.br/tecnologia.php?id=87650

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Conferência...

Eis mais um passo em direção à realização da Conferência:

GABINETE DO MINISTRO
PORTARIA No- 185, DE 20 DE ABRIL DE 2009

Constitui a Comissão Organizadora da 1a Conferência de Comunicação - CONFECOM.

O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no
uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos
II e IV, da Constituição, e tendo em vista a edição do Decreto de 16
de abril de 2009, que convoca a 1a Conferência Nacional de Comunicação,
resolve:
Art. 1o Constituir a Comissão Organizadora da 1a Conferência
Nacional de Comunicação - CONFECOM, a ser realizada no
período de 1o a 3 de dezembro de 2009, na cidade de Brasília,
Distrito Federal.
Art. 2o A Comissão Organizadora será composta por representantes
do poder público e de entidades e organizações da sociedade
civil, conforme Anexo desta Portaria.
Art. 3o Os órgãos, entidades e organizações relacionadas no
Anexo deverão indicar seus representantes no prazo máximo de dez
dias, a contar da data de publicação desta Portaria.
Parágrafo único. Cada órgão, entidade ou organização deverá
indicar um representante titular e dois suplentes, com exceção do
Senado Federal e da Câmara dos Deputados que indicarão dois representantes
titulares e quatro suplentes, cada um.
Art. 4o As indicações de que trata o art. 3o serão encaminhadas
ao Ministro de Estado das Comunicações, que designará os
membros da Comissão por meio de Portaria.
Art. 5o A Comissão Organizadora será presidida pelo representante
do Ministério das Comunicações.
Art. 6o A participação na Comissão Organizadora não ensejará
remuneração de qualquer espécie e será considerada serviço
público relevante.
Art. 7o A Comissão Organizadora contará com três subcomissões,
que prestarão o apoio técnico e operacional necessário à
execução de suas atividades:
a) Subcomissão de Infraestrutura e Logística;
b) Subcomissão de Metodologia e Sistematização; e
c) Subcomissão de Divulgação.
Parágrafo único. O regimento interno da Conferência estabelecerá
as atribuições a serem conferidas às subcomissões.
Art. 8o Compete à Comissão Organizadora:
I - coordenar, supervisionar e promover a realização da 1a
CONFECOM, atendendo aos aspectos técnicos, políticos e administrativos;
II - elaborar proposta de regimento interno da 1a CONFECOM,
que disporá sobre sua organização e funcionamento;
III - indicar os integrantes das subcomissões referidas no art.
7o, podendo ampliar a composição destas, sempre que houver necessidade;
IV - coordenar, orientar e acompanhar as atividades das
subcomissões;
V - aprovar os eixos temáticos, bem como o documentoreferência
que irá nortear os debates sobre os eixos temáticos nos
diferentes níveis da 1ª CONFECOM;
VI - definir a metodologia e os procedimentos a serem empregados
nas Conferências Municipais, Estaduais, Distrital e Nacional;
VII - acompanhar o processo de sistematização das proposições
da 1ª CONFECOM;
VIII - deliberar sobre os critérios de participação e representação
dos interessados, de expositores e debatedores das mesasredondas,
bem como dos convidados nacionais e internacionais;
IX - elaborar diretrizes para o funcionamento das Conferências
Municipais, Estaduais e Distrital, com os procedimentos para
a sua convocação e realização, eleição de delegados e requisitos
básicos para a participação social;
X - orientar e acompanhar a realização e os resultados das
Conferências Municipais, Estaduais e Distrital;
XI - mobilizar a sociedade civil e o poder público, no âmbito
de sua atuação nos municípios, Estados e Distrito Federal, para organizarem
e participarem das Conferências;
XII - promover a articulação com entidades civis e órgãos
públicos a fim de garantir a realização das Conferências;
XIII - promover a integração com os setores do Ministério
das Comunicações, que tenham interface com o evento, para resolver
eventuais pendências e tratar de assuntos referentes à 1ª CONFECOM;
XIV - zelar pela efetiva realização do evento, possibilitando
a infraestrutura adequada, por meio de parcerias, convênios e contratos,
garantindo o atendimento especializado às pessoas com deficiência
e a integridade de todos os participantes; e
XV - aprovar o Relatório Final da 1ª CONFECOM.
Parágrafo único. Caberá ao Presidente da Comissão Organizadora
a solução de casos não previstos nesta Portaria.
Art. 9o A Comissão Organizadora realizará reuniões mensais
para debater e deliberar sobre aspectos relacionados à 1a CONFECOM.
Parágrafo único. Caso seja necessário, poderão ser convocadas
reuniões extraordinárias.
Art. 10. As despesas da Comissão Organizadora correrão por
conta de recursos orçamentários próprios do Ministério das Comunicações.
Art. 11. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
HÉLIO COSTA

ANEXO
COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO ORGANIZADORA DA 1a
CONFERÊNCIA NACIONAL DE COMUNICAÇÃO – CONFECOM

I PODER PÚBLICO
1.Casa Civil da Presidência da República
2.Ministério das Comunicações
3.Ministério da Ciência e Tecnologia
4.Ministério da Cultura
5.Ministério da Educação
6.Ministério da Justiça
7.Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
8.Secretaria-Geral da Presidência da República
9.Senado Federal
10.Câmara dos Deputados


II SOCIEDADE CIVIL
11.ABCCOM - Associação Brasileira de Canais Comunitários
12.ABEPEC - Associação Brasileira das Emissoras Públicas,
Educativas e Culturais
13.ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão
14. ABRA - Associação Brasileira de Radiodifusores
15.ABRAÇO - Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária
16.ABRANET - Associação Brasileira de Provedores Internet
17.ABTA - Associação Brasileira de TV por Assinatura
18.ADJORI BRASIL - Associação dos Jornais e revistas do
interior do brasil
19.ANER - Associação Nacional de Editores de Revistas
20.ANJ - Associação Nacional de Jornais
21.CUT - Central Única dos Trabalhadores
22.FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas
23.FITERT - Federação Interestadual dos Trabalhadores de
Empresas de Radiodifusão e Televisão
24. FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
25.INTERVOZES - Coletivo Brasil de Comunicação Social
26.TELEBRASIL - Associação


Fonte: http://www2.camara.gov.br/comissoes/clp/noticia/2009/portaria-constitui-a-comissao-organizadora-da-1a-1/noticiasView

terça-feira, 21 de abril de 2009

Concluindo...

Teminei, nesse feriado prolongado, de escrever minha dissertação de mestrado. Não havia abordado isso aqui antes. Mesmo sem ter ocorrido a defesa e tê-la disponível para acesso, aproveito pra registrar o que ando pesquisando. Trata-se de uma reflexão sobre como o conceito da interatividade é abordado no processo de implantação da TV Digital no Brasil. Eis o resumo da dissertação:

"Este trabalho tem como objetivo, no contexto da implantação da TV Digital no Brasil, promover uma reflexão sobre o conceito de interatividade na sociedade contemporânea e, considerando as possibilidades dos novos suportes tecnológicos, contribuir para o desenvolvimento de novos formatos e conteúdos de programas jornalísticos que, de fato, contribuam para a democratização da comunicação. Para tal, realiza uma revisão bibliográfica que busca não só um embasamento teórico, como referendar a argumentação de que o conceito de interatividade sobre um processo de banalização e necessita ser depurado. A partir disso é apresentado um quadro sobre o conceito que ressalta a existência de uma diversidade de terminologias e definições. O projeto em particular, faz a opção pelas caracterizações como reativa e mútua para interação mediada por computador e as usa num estudo de caso de programas interativos para televisão digital brasileira. Além disso, descreve vários outros aspectos técnicos que envolvem a estruturação de documentos hipermídia com o intuito de enveredar pelos caminhos da informática e suas concepções, já que isso passa a interferir sobremaneira nos processos produtivos audiovisuais. O resultado dessa trajetória não é conclusivo, assim como não parecem ser quaisquer estudos relacionados aos impactos do paradigma digital sobre os meios de comunicação, mas, de certo, exploram as intersecções existentes entre TV, Interatividade e Jornalismo, questões chave que refletem as inquietações desta dissertação."

Acho o tema oportuno, já que estaomos discutindo a realização da I Conferência Nacional de Comunicação e a digitalização da TV aberta é um dos temas que estará presente nos debates. Esse processo teve início no dia 2 de dezembro de 2007, quando ocorreu o lançamento da TVD no Brasil, na cidade de São Paulo. Atualmente, já são 15 cidades transmitindo sinal digital. A próxima será a capital federal, Brasília. Volto ao assunto futuramente. Por enquanto, aproveito para recordar como foi a referida estréia a partir do vídeo abaixo.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Manifesto da Mídia Livre

Por ocasião do anúncio da Conferência Nacional de Comunicação, acho oportuno divulgar o "Manifesto da Mídia Livre", publicado no Overmundo em 21/10/2008.

Além de defender a realização da Conferência, o texto defende o fortalecimento da mídia livre e políticas públicas democráticas de comunicação.

Veja o texto completo.

domingo, 19 de abril de 2009

Conferência Nacional de Comunicação

No último dia 16 de abril foi publicado, finalmente, no Diário Oficial da União, o decreto que convoca a primeira Conferência Nacional de Comunicação. Um dos desafios do encontro será o de dar conta do grande e diverso temário em questão, já que a Comunicação não é algo que tem se discutido em termos de políticas públicas no Brasil há tempos. Vide a Lei de Impresa ainda vigente, que data de 1967, foi assinada por Castelo Branco e, portanto, num governo militar. As escandalosas concessões de rádio e televisão - muitas hoje na mão de políticos e grupos religiosos - também darão o tom do debate, assim como a questão da recente digitalização da TV aberta no Brasil. Esses, como vários outros temas, só poderiam estar sob um título amplo e generalista como o que foi dado: "Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania na era digital". Oxalá consigamos promover as discussões necessárias para traçar o caminho de uma real democratização da comunicação no País, algo que promova a liberdade de expressão, novos canais de produção e disseminação da cultura, que abra espaço para novos atores, regionalização, grupos independentes...
O decreto publicado neste dia 16 ainda não avançou no detalhamento da realização da Conferência. O documento fixa apenas a data (1º a 3 dezembro de 2009), o tema e o responsável pela organização do evento, o Ministério das Comunicações, com o apoio da
Secretaria-Geral e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da República. O decreto com o texto completo pode ser acessado em https://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?data=17/04/2009&jornal=1&pagina=2&totalArquivos=144.

quinta-feira, 5 de março de 2009

TV Digital

Na última terça-feira (3/3/2009), apresentei em Araraquara uma palestra sobre TV digital. Na ocasião abordei principalmente os aspectos de produção de material audiovisual interativo, já que o evento era voltado para novos alunos do curso de Design Digital da Uniara.

Como prometido, estou postando essa mensagem com alguns links sobre o assunto para quem queira aprofundar mais o tema. Recentemente, inclusive, apresentei no XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado em Natal (RN), um artigo sobre a linguagem NCL, que será utilizada para exibição de produtos interativos por meio do middleware Ginga.

Documents

Por falar em Ginga, há algumas semanas foi anunciada a publicação de um Live CD para o middleware pelos pesquisadores do Laboratório TeleMidia da PUC-Rio. Segundo os coordenadores da iniciativa:

  • Ginga Live CD é uma distribuição do sistema operacional Linux auto-contido em um CD, capaz de ser inicializado, utilizado e encerrado sem a necessidade de instalação do sistema ou configurações avançadas. O objetivo do Ginga Live CD é oferecer um ambiente de execução e testes de aplicações NCL e NCLua com opções para busca de conteúdo a partir de diversas fontes."
Enfim, eis ai mais uma oportunidade para quem queira experimentar a produção de programas interativos a partir das linguagens e tecnologias que serão utilizadas na TVD brasileira.



Outras novidades da semana sobre TVD no Brasil dizem respeito a visita que o ministro Hélio Costa fez ao Peru para divulgar o SBTVD; a chega ao mercado, enfim, do primeiro middleware baseado no Ginga, desenvolvido pela RCA Soft Informática; e ao acordo da Sun e Intel com o Java-DTV para disponibilizar uma versão especial da máquina virtual Java ME e o Java ME CDC Media Pack otimizados para o precursor dos System on Chip Intel, o processador CE 2110. O mais importante desta informação é que isso colabora para que o Fórum do SBTVD conclua o processo de normatização do Ginga-J (que utiliza as APIs JavaTVD) e resolva o problema do pagamento de royalties, permitindo o barateamento dos set-top-boxes.

Outras questões sobre regulamentação também estão em alta, como o anúncio da intenção do governo sobre o uso da multiprogramação para os canais comerciais e a publicação no Diário Oficial da União da decisão do Ministério das Comunicações sobre as regras para TV pública digital no Brasil.

Enfim, esses são apenas alguns tópicos sobre TVD no Brasil, principalmente sobre o que está ocorrendo em relação à tecnologia. Há vários outros aspectos técnicos, teóricos e políticos importantíssimos para o entendimento desse fenômeno e da forma como o paradigma digital tem instaurado novas visões para o entendimento que se tinha até então sobre cultura de massa e indústria cultural. Em outro momento voltaremos ao assunto.

segunda-feira, 2 de março de 2009

"Façam nossos computadores mais fáceis de usar"

A frase no título é de Michael L. Dertouzos, ex-diretor do Laboratório de Ciência da Computação do MIT (Massachusetts Institute of Technology), falecido em agosto de 2001.

Cheguei até essa referência ao ler o capítulo "A interação como problema" do brilhante livro de Alex Primo sobre a "interação mediada por computador". Na obra, o autor lembra que Dertouzos denuncia que "em vez das máquinas nos servirem, nós é que as servimos".

  • "Espera-se longamente pelo boot do computador e pelo carregamento de páginas na Web. Segundo ele, sentamos perplexos em frente a incompreensíveis mensagens do sistema e aguardamos frustrados pela ajuda telefônica do provedor. Fiéis aos upgrades constantes dos programas, rapidamente descobrimos, conforme o autor, que a nova versão também trava com freqüência. Dertouzos demanda intransigente: 'Façam nossos computadores serem mais fáceis de usar'. O autor espera que os computadores conversem conosco, façam coisas por nós, busquem informações que queremos, ajudem-nos a trabalhar com outras pessoas e se adaptem às nossas necessidades." (PRIMO, Alex. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. Porto Alegre: Sulina, 2007, p. 35)

Alex Primo também cita outra referência interessante sobre as dificuldades da informática: o artigo One half a manifesto, de Jaron Lanier. No documento, considerado muito crítico, Lanier descreve o deslumbramento com a inteligência artificial e a impressão de que o computador está mais inteligente e mais humano como a sentença de que "as pessoas estão mais estúpicas e menos humanas!".

O polêmico manifesto também é mote do artigo "Inteligência artificial: Homens x Máquinas" publicado na Superinteressante em julho de 2002. O texto, de Denis Russo Burgierman, é bem didático ao comentar as críticas de Lanier, dando exemplos clássicos e cotidianos do uso dos computadores. São fatos com os quais nós convivemos todos os dias e, muito provavelmente, deixamos passar, sem fazer uma reflexão mais profunda daquilo que está mediando nossas relações no mundo digital.

Os artigos apresentados aqui são apenas algumas vozes dissonantes num mundo cada vez mais digitalizado e cada vez menos questionado. Por que os computadores são como são? A informática realmente dominará todos os setores da vida? A quem interessa o design das tecnologias?

Não quero atualizar o enredo de contos como o da Chapéuzinho Vermelho, relembrar a estrofe "Quem tem medo do lobo mau" e assustar os leitores desavisados. Não devemos encarar a informática como algo assustador. Porém, é sempre bom questionar.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Professor Rodrigo

Em 2009, assumi três disciplinas de graduação no Centro Universitário de Araraquara, a Uniara: uma no curso de Jornalismo, intitulada "Laboratório de Tecnologias Digitais", e outras duas no curso de Design Digital, chamadas Redação e Hipertexto I e II. Assim, além das motivações específicas de um blog, estou assumindo esta ferramenta também como um espaço de diálogo com meus novos alunos e com os que tive que deixar quando tive que me desligar do Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro, o Imesb, onde atuei de 2007 a 2008. Para começar esse diálogo, estou disponibilizando alguns arquivos do resultado de meu Trabalho de Conclusão de Curso na graduação, uma revista digital voltada para a temática de meio ambiente e que chamamos de Gaia. Aproveito também para apresentar o Problema do mal [em André Luiz], trabalho de Breno de Lima Andrade que apresenta três narrativas hipermidiáticas adaptadas de livros de André Luiz, expoente do movimento espírita no Brasil. Espero que gostem. Boa navegação.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A máquina da Canabrava

Mário Prata

No primeiro dia de aula, a professora de História da Economia, na velha USP da Rua Doutor Vilanova, Alice Canabrava, escreveu no quadro negro o nome de um livro sobre o mercantilismo e disse, seriíssima:

- Na próxima aula (dali a uma semana), prova sobre o livro.
Era o estilo dela, que eu já havia enfrentado no exame oral (é, tinha oral) do vestibular para economia em 1967. Me lembro que ela me perguntou qual era a diferença entre uma nau e uma caravela. Na época, eu sabia.
Mas o mundo é pequeno e trinta anos depois vim a descobrir que a Canabrava era tia da minha amiga escritora-arquiteta Lúcia Carvalho, aquela mesma que já andou por aqui falando de privadas e congêneres. Era tia. Morreu há um mês, já velhinha, aposentada e lúcida. Deixou sua casa - com tudo que tinha lá dentro, incluindo uma genial biblioteca - para a Lúcia.
E a Lúcia acaba de me mandar um e-mail que eu transcrevo na íntegra, sobre uma velha máquina da catedrática tia. Vamos lá.
"Ouve só. A gente esvaziando a casa da tia neste carnaval. Móvel, roupa de cama, louça, quadro, livro. Aquela confusão, quando ouço dois dos meus filhos me chamarem.
- Mãe!
- Faaala.
- A gente achou uma coisa incrível. Se ninguém quiser, pode ficar para a gente? Hein?
- Depende. Que é?
Os dois falavam juntos, animadíssimos.
- Ééé... uma máquina, mãe.
- É só uma máquina meio velha.
- É, mas funciona, está ótima!
Minha filha interrompeu o irmão mais novo, dando uma explicação melhor.
- Deixa que eu falo: é assim, é uma máquina, tipo um... teclado de computador, sabe só o teclado? Só o lugar que escreve?
- Sei.
- Então. Essa máquina tem assim, tipo... uma impressora, ligada nesse teclado, mas assim, ligada direto. Sem fio. Bem, a gente vai, digita, digita...
Ela ia se animando, os olhos brilhando.
- ... e a máquina imprime direto na folha de papel que a gente coloca ali mesmo! É muuuito legal! Direto, na mesma hora, eu juro!
Eu não sabia o que falar. Eu ju-ro que não sabia o que falar diante de uma explicação dessas, de menina de 12 anos, sobre uma máquina de escrever. Era isso mesmo?
- ... entendeu mãe?... zupt, a gente escreve e imprime, a gente até vê a impressão tipo na hora, e não precisa essa coisa chata de entrar no computador, ligar, esperar hóóóras, entrar no word, de escrever olhando na tela, mandar para a impressora, esse monte de máquina, de ter que ter até estabilizador, comprar cartucho caro, de nada, mãe! É muuuito legal, e nem precisa de colocar na tomada! Funciona sem energia e escreve direto na folha da impressora!
- Nossa, filha...
- ... só tem duas coisas: não dá para trocar a fonte nem aumentar a letra, mas não tem problema. Vem, que a gente vai te mostrar. Vem...
Eu parei e olhei, pasma, a máquina velha. Eles davam pulinhos de alegria.
- Mãe. Será que alguém da família vai querer? Hein? Ah, a gente vai ficar torcendo, torcendo para ninguém querer para a gente poder levar lá para casa, isso é o máximo! O máximo!
Bem, enquanto estou aqui, neste 'teclado', estou ouvindo o plec-plec da tal máquina, que, claro, ninguém da família quis, mas que aqui em casa já deu até briga, de tanto que já foi usada. Está no meio da sala de estar, em lugar nobre, rodeada de folhas e folhas de textos 'impressos na hora' por eles. Incrível, eles dizem, plec-plec-plec, muito legal, plec-plec-plec.
Eu e o Zé estamos até pensando em comprar outras, uma para cada filho. Mas, pensa bem se não é incrível mesmo para os dias de hoje: sai direto, do teclado para o papel, e sem tomada!
Céus. Que coisa. Um beijo grande, Lúcia."
É, Lúcia, a nossa querida Alice Canabrava, deve estar descansando em paz e rindo muito. E dê uns beijos nos filhos e agradeça a crônica pronta-pronta, plec-plec-plec, que eu ofereço aos meus leitores. E leitoras.

Publicado em O Estado de S. Paulo em 12/03/2003
Fonte: http://www.marioprataonline.com.br/obra/cronicas/a_maquina_da_canabrava.htm

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Abrindo o jogo

Confesso que há anos reluto em montar um blog. Muitos já me perguntaram: "como é que você, um jornalista que estuda novas tecnologias, não tem um blog?". Enfim, não há explicação convincente pra tal demora. Há, porém, uma nova motivação. Não se trata de querer falar de mim, nem dos outros, de lamentar do mundo e, muito menos, enaltecer alguns. Quero mesmo é estabelecer redes, conectar pessoas, coisas, assuntos, acasos e fragmentos de tudo que possa vir a ser. É o desejo latente de manter-me ligado e vivo neste mundo cada vez mais traduzido numa sequencia infindável de zeros e uns. É a atração pelo digital por um pensamento que teve tempo de aprender o que significa análógico.