terça-feira, 1 de maio de 2012

E no baile de máscaras...

A vida é mesmo um baile de máscaras. E quando você ousa tirar sua fantasia e expor quem realmente você é, se torna um monstro, algo repugnante e inaceitável socialmente, algo incompreendido externamente, mas que cada um conhece muito bem porque tem um monstro igual, escondido no armário.

Talvez exista mesmo um pacto social, um código de sobrevivência que nos impeça de expor nossas fragilidades, nossas fraquezas e aqueles pensamentos que, por algum motivo, a sociedade apontou como algo errado e torpe.

No entanto, eu acho que fui ingénuo ao acreditar que oferecer-me sem máscaras seria uma prova de confidencialidade, de cumplicidade e fidelidade que está acima de qualquer convenção e qualquer erro.

Oferecer-me assim, eu sei, era um risco. Mas foi um preço que eu resolvi pagar. Foi como tirar do peito um coração imperfeito, mas que estava ali, disposto a ser arrancado para que junto com um outro coração, muito provavelmente imperfeito também, pudessem bater em sintonia e construir uma vida.

Infelizmente, é melhor eu colocar minha máscara de volta. Prefere-se que eu continue encenando a peça em que o personagem é arrogante e autoritário, menos imperfeito.