domingo, 23 de maio de 2010

Belém promulga diploma do casamento homossexual

O Presidente da República anunciou esta segunda-feira a promulgação do diploma que institui o casamento entre homossexuais. Ao revelar a sua decisão, Cavaco Silva lamentou que “não tenha havido vontade política” para um consenso alargado “sobre matéria de tão grande melindre” e argumentou que um veto “desviaria a atenção dos agentes políticos dos problemas que afectam gravemente a vida das pessoas”.

"Há momentos na vida de um país em que a ética da responsabilidade tem de ser colocada acima das convicções pessoais de cada um". Foi esta a frase que precedeu o anúncio da promulgação do diploma que alarga aos casais homossexuais o acesso ao casamento civil. O Código Civil define, de ora em diante, o casamento como "o contrato celebrado entre duas pessoas que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida". Cai a fórmula "duas pessoas de sexo diferente".

No momento de comunicar a sua decisão ao país, o Presidente da República deixou vincado que mantém as reservas que o levaram a suscitar a fiscalização preventiva da constitucionalidade das normas de quatro artigos do diploma. A luz verde do Tribunal Constitucional foi conhecida em Abril. "Tudo indica", reconhece agora Cavaco Silva, que "as forças políticas que o aprovaram voltariam a aprová-lo": "Nessas circunstâncias, o Presidente da República seria obrigado a promulgá-lo no prazo de oito dias".

"Sendo assim, entendo que não devo contribuir para arrastar inutilmente este debate, o que acentuaria as divisões entre os portugueses e desviaria a atenção dos agentes políticos da resolução dos problemas que afectam gravemente a vida das pessoas. Como Presidente da República, não posso deixar de ter presente os milhares de portugueses que não têm emprego, o agravamento das situações de pobreza, a situação que o país enfrenta devido ao elevado endividamento externo e outras dificuldades que temos de ultrapassar", advogou o Chefe de Estado.

Diploma aprovado em Fevereiro

O diploma agora promulgado por Belém partiu de uma proposta do Executivo. Foi aprovado pela Assembleia da República, em votação final global, a 11 de Fevereiro, reunindo os votos favoráveis de PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV. O CDS-PP votou contra. Na bancada social-democrata houve liberdade de voto, com seis deputados do PSD a absterem-se e os demais a votarem contra a alteração da definição de casamento instituída no Código Civil. O diploma mereceu também os votos contra de duas deputadas independentes eleitas nas listas socialistas.

O articulado veda, contudo, a adopção a casais homossexuais casados: "As alterações introduzidas pela presente lei não implicam a admissibilidade legal da adopção, em qualquer das suas modalidades, por pessoas casadas do mesmo sexo".

Na sua declaração ao país, Cavaco Silva lamentou que a Assembleia da República não tenha aprovado uma solução jurídica de maior consenso para as uniões entre homossexuais e com uma designação diferente do casamento. Bastava, no entender do Presidente, "ter olhado para as soluções jurídicas encontradas em países como a França, a Alemanha, a Dinamarca ou o Reino Unido, que, como é óbvio, não são discriminatórias e respeitam a instituição do casamento enquanto união entre homem e mulher".

Belém critica partidos "que aprovaram o diploma"

"É de lamentar que não tenha havido vontade política para alcançar um consenso partidário alargado sobre matéria de tão grande melindre de modo a evitar clivagens desnecessárias na sociedade portuguesa. Face à grave crise que o país atravessa e aos complexos desafios que tem à sua frente, importa promover a união dos portugueses e não dividi-los, adoptar uma estratégia de compromisso e não de ruptura", sublinhou Cavaco Silva.

Em seguida o Presidente da República assinalou que as "forças partidárias que aprovaram o diploma não quiseram ponderar um princípio elementar da acção política numa sociedade plural, o de escolherem, de entre as várias soluções jurídicas, aquela que fosse susceptível de criar menos conflitualidade social ou aquela que pudesse ser aceite pelo maior número de cidadãos, fosse qual fosse a sua visão do Mundo".

Cavaco recuperou ainda a sua mensagem de Ano Novo, na qual alertou para "o momento muito difícil em que Portugal se encontra e disse mesmo que podíamos caminhar para uma situação explosiva". "E disse também que não é tempo de inventarmos desculpas para adiar a resolução dos problemas concretos dos portugueses", recordou.

Fonte: RTP (Rádio e Televisão Portuguesa)

sábado, 22 de maio de 2010

Namoro não é crime

Considerando que as flores
Existem para o nariz
E as mulheres para os homens,
Na opinião do juiz;
Considerando que as moças,
Ariscas como a perdiz,
Devem ter seu perdigueiro,
Na opinião do juiz;
Considerando que a gente
Não pode viver feliz
Sem fazer seu namorico,
Na opinião do juiz;
Amemos todos, amemos,
É cupido quem o diz;
Pois namoro não é crime,
Na opinião do juiz...

De Caio Senna (poema de Tobias Barreto)

domingo, 9 de maio de 2010

Todas as pessoas boas são loucas.

"Será que estou louca?"
"Estás louca, desvairada, fora de ti. Mas sabes uma coisa?
Todas as pessoas boas são loucas."

Alice in the Wonderland, Tim Burton

sábado, 1 de maio de 2010

São Carlos e o símbolo da diversidade

Compartilho esta bela foto que recebi da minha amiga Ligia Maria. Ainda não desvendei quem é o autor. Se alguém souber, por favor, avise.